NOTÍCIA | Não ao abuso

Menina sofre abuso sexual durante 11 anos. tudo começou quando ela tinha 05 anos

Menina sofre abuso sexual durante 11 anos. tudo começou quando ela tinha 05 anos

Por: Assessoria TJ-MT
Publicado em 18 de Maio de 2013 , 07h59 - Atualizado 18 de Maio de 2013 as 07h59


Aos 5 anos a pequena Maria (nome fictício) e o irmão passaram a ficar durante o dia aos cuidados do tio (materno) para que a mãe pudesse trabalhar. Ele era o responsável por zelar do bem estar das crianças. Certo dia Maria ficou só com o tio, que a colocou em cima de um banquinho e começou a molestar. Depois de se satisfazer sexualmente o tio deu um doce à menina e tratou tudo com muita naturalidade.
 
 
A partir desse dia Maria passou a ser molestada com freqüência. Mais tarde o agressor passou a obrigá-la a praticar sexo oral e a manter relações sexuais. A menina se submetia à violência, mas jamais contou a ninguém o que se passava, principalmente para a mãe. Aos 13 anos, já na escola, a adolescente começou a perceber que os “cuidados” do tio não eram normais.
 
 
Ao relatar para o agressor que as atitudes dele não estavam corretas, ele ameaçou a sobrinha, dizendo que ninguém acreditaria nela e que nunca tinha forçado a menina a fazer nada. Sem saber a quem recorrer e com medo de contar a verdade, Ana começou a apresentar sintomas de depressão, além de se mostrar uma adolescente extremamente revoltada.

 
O tio, então passou a ameaçá-la de morte, caso relatasse os fatos a alguém. Aos 14 anos, quando começou a namorar, Maria não conseguia se relacionar com ninguém, tinha dificuldades de manter os namoros e a depressão aumentava. Cansada de manter seu pesadelo em segredo, ela decidiu contar a verdade para uma pessoa próxima a família, que a aconselhou a contar a verdade para mãe.
 
 
Começou aí outro problema na vida de Ana, que aos 16 anos sem saber o que fazer, tentou suicídio tomando veneno para carrapato. A jovem foi para a UTI entre a vida e a morte, onde passou por um longo tratamento até se recuperar. Lá acabou contando para a mãe o que a levou a tomar a decisão de acabar com a própria vida. A partir daí o caso passou a ser investigado. O processo está em fase de sentença.
 
 
O caso de Maria é um dos muitos casos de violência sexual contra criança e adolescente que tramitam nas Varas de Violência Doméstica e Familiar da Comarca de Cuiabá. As histórias são sempre muito parecidas. Na maioria das vezes o agressor é alguém da família, pai, padrasto, tio, primo ou outro parente muito próximo. Essa pessoa sempre demonstra ser confiável, é protetora, acolhedora e está acima de qualquer suspeita.
 
 
As vitimas normalmente começam a ser abusadas por volta dos 5 ou 6 anos de idade e não importa o sexo, tanto meninas, quanto meninos sofrem violência sexual. A maioria não conta a verdade com medo de que duvidem da sua versão. Os agressores quando sentem que podem ser denunciados ameaçam as vítimas de morte e os casos nem sempre vêem à tona, fazendo com que a criança cresça sofrendo esse tipo de violência. Quase 100% dessas vítimas entram em depressão, se revoltam e muitas vezes atentam contra a própria vida.
 
 
É para que crimes como esse sejam denunciados e que os culpados sejam punidos que foi criada a Lei Federal 9.970/2000, que instituiu 18 de maio como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
 
 
Conforme a juíza da Segunda Vara da Violência Doméstica e Familiar de Cuiabá, Tatiane Colombo, esse tipo de crime acontece em todas as classes sociais, o diferencial é que nas classes mais baixas o índice de denúncia é maior, já que nos lares mais abastados o problema é abafado entre quatro paredes.
 

Além de fazer com que os familiares das vítimas – já que se trata de crianças e adolescentes – denunciem os fatos, uma das maiores dificuldades da Justiça é conseguir materializar o crime, tendo em vista que na maioria dos casos as provas se resumem ao depoimento da vítima.
 
 
Para a magistrada, a instalação, essa semana, no Fórum da Capital da “Sala de Depoimento Sem Dano” é um avanço, já que neste espaço as crianças e adolescentes vítimas de violência, seja ela sexual, física ou psicologia, vão prestar depoimento sem sofrer nenhum tipo de exposição.  “Essa sala é importantíssima, pois por meio do depoimento dessa vítima vamos saber a veracidade das informações. Neste espaço a criança ou adolescente vai ser acompanhado de um profissional, psicóloga ou assistente social, que vai intermediar essa conversa, fazendo com que a vítima consiga relatar melhor o que ocorreu”.
 
 
Ela ressalta que a materialidade dos fatos é muito importante, já que se trata de um crime hediondo e em regime fechado. A juíza ressalta a importância de denunciar esse tipo de crime. “É preciso denunciar o suposto agressor para que se possa fazer as investigações”. As denúncias podem ser feitas na Delegacia Especializada dos Direitos da Criança e do Adolescente ou pelo Disque 100.
 
 
18 de Maio - Esse dia foi escolhido, porque em 18 de maio de 1973, na cidade de Vitória (ES), um crime bárbaro chocou todo o País e ficou conhecido como o "Caso Araceli". Esse era o nome de uma menina de apenas oito anos de idade, que teve todos os seus direitos humanos violados, foi raptada, estuprada e morta por jovens de classe média alta daquela cidade. O crime, apesar de sua natureza hedionda, até hoje está impune.

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JUARA MATO GROSSO



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