Sem esconder uma certa irritação, o prefeito Mauro Mendes (PSB) classificou como uma “atividade normal e legal” o fato de alguns de seus amigos mais próximos estarem vencendo licitações, na Prefeitura de Cuiabá. Ele confirmou que é sócio de Wanderley Torres, proprietário da Trimec, vencedora de parte de uma licitação, em empreendimentos no Pará.

“Se for proibir meus amigos de participarem de licitações, então, terei de aceitar propostas apenas de empresas de Goiânia e São Paulo, porque fui presidente da Federação das Indústria e, em Mato Groso, quase todos são meus amigos”, argumentou ele.

Mendes desafiou os veículos de comunicação a fazerem uma comparação dos preços finais em pregões da Prefeitura com os praticados cotidianamente pelo setor privado. “Eu não sei como a empresa mantém um caminhão, com motorista e tudo, por R$ 8,9 mil mensais. Porque, em contratos de empresa para empresa, tenho informações que a cobrança está em torno de R$ 11 mil a R$ 12 mil por mês”, observa Mendes, usando uma metáfora para fazer o comparativo do preço final da sua licitação com o que é cobrado em Mato Grosso.

Para Mendes, o pregão presencial para locação de maquinários da prefeitura estão dentro da legalidade e da moralidade, independente de sua ligação com os empresários. “Confesso que não vi nenhum jornalista acusar a existência de alguma ilegalidade no processo. É ordem minha: tudo deve estar dentro da lei”, assegura.

O processo de locação de máquinas, segundo ele, trata-se de uma forma econômica de realizar os serviços de infraestrutura nos bairros da Capital, principalmente aqueles que não têm pavimentação. Mendes fez um comparativo com um operador de retroescavadeira da Prefietura de Cuiabá com outro da iniciativa privada: enquanto o profissional no mercado recebe em média R$ 5 mil, na administração municipal receberia no máximo R$ 2 mil, sendo que a média é inferior a R$ 1,5 mil.

Mauro Mendes tomou todo o cuidado de não criticar o ex-prefeito Chico Galindo (PTB) pelo fato de diversas máquinas e equipamentos adquiridas a menos de um ano estarem quebradas. “São tratores e equipamentos fabricados na China. Então, se quebra uma peça, demora-se até seis meses para consertar. Isso é normal, porque na iniciativa privada leva-se três ou quatro meses”, ensina ele.