NOTÍCIA | APELO MÃE

Mãe busca na Justiça de MT direito de enterrar filha morta em forno de pizza

Mãe busca na Justiça de MT direito de enterrar filha morta em forno de pizza

Por: G1 MT
Publicado em 25 de Setembro de 2012 , 08h20 - Atualizado 25 de Setembro de 2012 as 08h20


A família de Katsue Stefane Santos Vieira que foi morta a facadas e depois queimada em um forno de uma pizzaria há sete meses, em Cuiabá, ainda não enterrou os restos mortais da vítima que estão no Instituto Médico Legal (IML).

 

 Por conta disso, a família de Katsue ingressou via Defensoria Pública com uma ação de indenização na Justiça contra o estado pelos danos morais e materiais sofridos por não conseguir ter acesso aos restos mortais da filha.

 

 A ação fixou um valor de mais de R$ 217 mil.

 

  Ouvida, a mãe da garota, Maria Eunice Pereira dos Santos, informou que compareceu ao instituto por três vezes e, mesmo com o alvará de liberação expedido pela Justiça, não conseguiu retirar os restos mortais da filha.

 

 ´Eu só queria dar um enterro digno para minha filha, mas os peritos se negaram a me entregar parte da memória dela.

 

 Na última vez que eu fui lá, eles disseram que já não havia mais nada para ser entregue, que os restos mortais da minha filha tinham virado cinzas´, afirmou.

 

  De acordo com o defensor público, Cláudio Aparecido Souto, na ação, constam provas documentais a repeito da existência de uma ossada e de um crânio que, segundo o defensor, foram colhidos no local do crime.

 

 ´Além do delegado, outros peritos comprovaram (a existência dos ossos) e, temos até fotos, de que havia uma ossada, bem como o crânio da vítima no forno antes do IML receber o material´, afirmou o defensor.  

 

O G1 também tentou ouvir o delegado André Renato Gonçalves, que investigou o caso.

 

 Via assessoria de imprensa, a Polícia Civil disse que no local do crime foram encontrados pedaços de um crânio e restos dos pertences da vítima, como um anel e uma corrente.  

 

O diretor do IML, Jorge Barbosa Caramuru, porém, disse que o instituto não recolheu cadáver e, nem mesmo, pedaços de crânio de Katsue.

 

´Desde quando recebemos esse material, o que havia eram fragmentos calcinados.

 

 Os restos mortais da vítima já tinham virado cinzas e não era nem possível identificar o DNA . Só conseguimos realizar o DNA através de um pingo de sangue colhido no local do crime´ , revelou o diretor.

 

  Ele disse ainda que só negou a liberação dos restos mortais porque o alvará expedido pela Justiça fazia referência a um cadáver.

 

 ´A justiça emitiu um alvará incorreto alegando que ainda existia vestígios de ossada e um crânio, sendo que, só havia apenas cinzas no material´, afirmou Caramuru.

 

  No entanto, o diretor contou que ainda aguarda um outro alvará da Justiça já retificado constando a denominação ´fragmentos calcinados´, como referência para os restos mortais de Katsue.

 

 Só depois disso, a família vai dar entrada à certidão de óbito da vítima.

 

 Para Maria Eunice, a demora na liberação dos restos mortais da filha é uma afronta e um sofrimento desnecessário.

 

´Estou vegetando, tomando calmante e vivendo sem esperança.

 

 Espero que a Justiça possa ouvir a minha dor, pois eles não se importam com a morte da minha filha e nem com memória da minha garota,´, concluiu.  

Homicídio na pizzaria  

Segundo a denúncia do Ministério Público, Weber Melquis, de 22 anos, o suspeito de matar Katsue fechou a pizzaria de propriedade do pai dele por volta das 23h30 do dia 3 de fevereiro deste ano.

 

 Em seguida, o acusado seguiu em uma moto e abordou, por volta das 3h, jovens que estavam em frente a uma boate, próximo à rodoviária de cuiabá.  

 

No local, ele começou a usar drogas com as mulheres e, em seguida, saiu do estabelecimento na companhia de uma delas para comprar cerveja e cigarros.

 

 Eles retornaram para a frente da boate e depois foram para a pizzaria buscar dinheiro para comprar mais drogas.

 

  Dentro do estabelecimento do pai dele, o suspeito deu três golpes de faca na jovem, sendo que um deles acertou o pescoço da vítima.

 

 A seguir, o suspeito colocou o corpo dela na forno e o acendeu.

 

 Enquanto o corpo queimava no forno, diz o MPE, o suspeito limpou o sangue que estava no chão da pizzaria.

 

 Os restos mortais de Katsue foram encontrados pela polícia totalmente carbonizados horas depois do crime.

 

  A Justiça de Mato Grosso marcou para o dia 27 de março de 2013 os exames de insanidade mental e dependência química do pizzaiolo Weber Melquis.

 

 Até a divulgação dos resultados dos exames pelo Instituto Médico Legal (IML), o processo ficará suspenso temporariamente por ordem da juíza da 12ª Vara Criminal da capital, Maria Aparecida Ferreira Fago.

Exatas Contabilidade
Auto Posto Arinos LTDA
Sicredi
Soluti - Exatas Contabilidade

JUARA MATO GROSSO



MAIS NOTÍCIAS


Interessado em receber notícias em seu e-mail?
Nós o notificaremos e prometeremos nunca enviar spam.


2002 - 2024 © showdenoticias.com.br