Ex-deputada estadual e ex-presidente do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat), Luciane Bezerra, negou ter recebido R$ 52 mil de propina após o Legislativo realizar pagamento de um seguro contratado pela Assembleia Legislativa, na década de 90, junto ao extinto Bamerindus Companhia de Seguros, adquirido pelo Banco HSBC.

A declaração foi feita pelo ex-presidente do Legislativo, José Riva, que depôs na tarde desta sexta-feira (15) na 7º Vara Criminal de Cuiabá.

Ao revelar todo esquema, Riva chorou e disse estar arrependido, mas que não iria carregar a culpa de todo esquema sozinho. Além da ex-deputada, também foram citados, os deputados Mauro Savi (PSB), Dilmar Dal'Bosco (DEM) e Romoaldo Júnior (PMDB).

"Só quero dizer que não vou poupar ninguém pela verdade. O que tiver meu aqui vai ser meu, o que tiver dúvidas, será meu. Não quero colocar nas costas de ninguém”, afirma Riva ao responder alguns questionamentos de Selma Rosane sobre a lista dos beneficiados.

Já Luciane Bezerra, alega que está à disposição da justiça e vai pedir que José Riva prove que ela recebeu dinheiro ilicitamente.

"Está louco, nem sei do que se trata esse processo de pagamento ao HSBC. Nunca participei de nada naquela Casa e jamais conversei com ele".

Ela acha que Riva estaria tentando atrapalhar sua eleição para disputa pela prefeitura de Juara, onde o irmão do ex-deputado, Priminho Riva (PR), também é pré-candidato a prefeito da cidade. "Ele deve estar fazendo isso na tentativa de me prejudicar, mas cabe a ele agora, provar o que disser".

Entenda o caso

Conforme a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) contra os réus do processo, parte da dívida de R$ 9 milhões da Assembleia com Banco foi desviado a mando de Riva, com o auxílio de Márcio Pommot e Júlio Cesar Rodrigues, além do advogado Joaquim Camargo, que respondia pela defesa do HSBC. Este último, no entanto, fez acordo de delação premiada para relatar o que sabia sobre o caso.