A juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Arruda, negou pedido do ex-deputado estadual Humberto Bosaipo para submeter a uma  perícia grafotécnica cheques assinados por ele no período em que exerceu a função de presidente da Assembleia Legislativa. Por outro lado, a magistrada autorizou a juntada de documentos relacionados a uma auditoria do TCE (Tribunal de Contas do Estado) e o depoimento de duas testemunhas Nilton Teixeira e Katia Maria Aprá.

A ação penal tramita em segredo de Justiça.  Bosaipo é réu pela acusação de peculato, fraude em licitação e formação de quadrilha.

A suspeita é da participação de um esquema que funcionava da seguinte maneira: a Mesa Diretora autorizava pagamentos a empresas fantasmas por meio de cheques que vinham a ser trocados nas factorings de propriedade do bicheiro João Arcanjo Ribeiro, ex-chefe do crime organizado em Mato Grosso. A quantia desviada servia para quitar dívidas de campanha eleitoral e favorecer o enriquecimento ilícito, conforme investigações do Ministério Público Estadual (MPE).

Nos últimos anos, como exerceu a função de conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado), os processos criminais de Bosaipo tramitaram no STJ (Superior Tribunal de Justiça). Como renunciou ao cargo em dezembro de 2014, Bosaipo perdeu o foro por prerrogativa de função e seus processos foram remetidos novamente ao Tribunal de Justiça.

NANeste intervalo, houve a prescrição de mais de 30 ações penais, livrando assim de qualquer responsabilidade pela suspeita de desvio de dinheiro da Assembleia Legislativa em montante superior a R$ 500 milhões.