NOTÍCIA | Citação

Empresário cita deputado Ságuas Moraes como possível beneficiário de propina

José Henrique Stephan diz que dinheiro pode ter patrocinado campanha de Ságuas Moraes

Por: Marcus Mesquita/MidiaNews
Publicado em 31 de Maio de 2016 , 11h39 - Atualizado 31 de Maio de 2016 as 11h39


O empresário José Henrique Marimon Stephan, administrador da construtora Sanepavi, citou o deputado federal Ságuas Moraes (PT) como possível beneficiário de um esquema de propinas no âmbito da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), em 2013.
 
A citação ao parlamentar foi registrada em depoimento concedido pelo empresário, no dia 10 de maio, ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), que investiga as supostas fraudes no âmbito da Operação Rêmora.
 
Ságuas Moraes foi titular da pasta entre 7 de maio de 2007 a 9 de agosto de 2013. Ele disse desconhecer qualquer transação indevida (leia abaixo).
 
Segundo José Stephan, o pagamento de propina para a liberação de valores devidos pela Seduc a construtoras já ocorreria antes de 2015, ano em que o Gaeco começou a monitorar o suposto esquema.
 
No depoimento, José Stephan afirmou que seu patrão e dono da Sanepavi – Mario Lourenço Salém – lhe contou, em 2014, que pagava a uma servidora 3% dos contratos que tinha com a Seduc, a título de propina, para receber os valores que a pasta lhe devia.


Que seu patrão dizia que esse dinheiro era arrecadado pela Seduc para patrocinar a futura campanha eleitoral do à época secretário Ságuas Moraes
 
“Que efetivamente sempre que tinha medições para receber, o declarante via que a servidora da Seduc Nuccia Maria Gomes Almeida Santos ia até a sede da empresa Sanepavi e, segundo seu patrão, ela ia lá exatamente para receber a propina”, disse ele.
 
Segundo ele, Mário Salém – que é réu da ação penal derivada da Rêmora - contou que o então titular da Seduc seria o beneficiário da propina paga.
 
“Que seu patrão dizia que esse dinheiro era arrecadado pela Seduc para patrocinar a futura campanha eleitoral do, à época, secretário Ságuas Moraes”.
 
“Que segundo seu patrão, sempre que a Seduc lançava um pacote de obras, já havia direcionamento para que as principais obras fossem para as principais empreiteiras, quais sejam, a do Luiz Fernando [Rondon] da Luma, o Esper [Haddad Neto] da Panamericano, a Aroeira do [Ricardo] Sguarezi, a Esteio do Joel [de Barros Filho], a Geotop do Eder [Meciano]”, disse José Stephan, citando outras empresas e empresários investigados.
 
Doações recebidas
 
Conforme o MidiaNews apurou na Justiça Eleitoral, dos R$ 993 mil gastos pelo deputado federal Ságuas Moraes em sua última campanha, em 2014, R$ 230 mil (mais de 23%) foram custeados por cinco das empresas investigadas na Operação Rêmora.
 
A maior doadora foi a JER Engenharia Elétrica e Civil Ltda EPP, do empresário Leonardo Guimarães Rodrigues, que fez três doações, totalizando R$ 82,5 mil.
 
A segunda maior quantia foi da Aroeira Construções e Incorporações Ltda, do empresário Ricardo Sguarezi, que doou R$ 67,5 mil.
 
Também alvos da Rêmora, fizeram doações a Ságuas Moraes as empresas Poli Engenharia e Comércio Ltda (R$ 30 mil); Ampla Engenharia e Construção Ltda EPP (R$ 25 mil); e Geotop Construções e Terraplanagem Ltda EPP (R$ 25 mil).
 
Em depoimento ao Gaeco, o empresário Celso Cunha Ferraz, da Ampla Engenharia, confirmou a doação ao deputado. Ele disse que “nunca doou por interesses espúrios, mas sim por amizade e afinidade com o candidato”.
 
Outro lado
 
A assessoria do deputado federal Ságuas Moraes afirmou que as doações recebidas pelas empresas citadas foram espontâneas e que não tem conhecimento se a servidora Nuccia Santos tenha procurado a empresa para pedir propina.
 
A redação entrou em contato com a assessoria de comunicação da Seduc para saber se a servidora Nuccia Santos ainda atua na pasta e se iria se pronunciar, mas ainda não houve resposta.
 
Veja a íntegra da nota do deputado federal Ságuas Moraes:
 
"O deputado federal Ságuas Moraes (PT) informa que deixou a Seduc em outubro de 2013, quando reassumiu o mandato de deputado federal e concorreu à reeleição em 2014. Durante a campanha o deputado pediu doações a diversas empresas e pessoas físicas. Todas as doações que recebeu estão declaradas na prestação de contas entregue ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e são de domínio público.
 
Dentre tantas empresas e pessoas físicas que doaram para a campanha do deputado Ságuas constam as empresas JER, Poli, Aroeira, Ampla e Geotop citadas na Operação Rêmora. Diferente do que o Gaeco revelou nessa Operação em que havia uma cobrança deliberada de propina dessas empresas, na campanha eleitoral de 2014 o deputado pediu doações espontâneas, sem que elas fossem obrigadas a doar. Quando recebeu doações para a campanha já não estava mais na Seduc, pois deixou a Pasta em outubro de 2013.
 
Sobre a citação do nome da servidora, Nuccia Maria Gomes Almeida Santos, pelo declarante José Henrique Marimon Stephan da empresa Sanepavi, o deputado Ságuas informa que ela trabalhou na Seduc no período em que foi secretário, porém desconhece que ela tenha procurado qualquer empresa com o intuito de receber vantagem indevida."

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