NOTÍCIA | DELAÇÃO PERIGOSA

Delação de Riva surte efeitos e juiz pede cópia sigilosa ao TJ de MT

Em seu acordo de colaboração premiada, José Riva teria prometido devolver cerca de R$ 93 milhões aos cofres públicos.

Por: DIEGO FREDERICI Da Redação Folha Max
Publicado em 03 de Março de 2020 , 07h39 - Atualizado 03 de Março de 2020 as 07h43


Reprodução - Internet
A colaboração premiada do ex-deputado estadual José Riva (sem partido) já produz seus primeiros efeitos no âmbito de ações judiciais que envolvem o ex-parlamentar – além de ex-servidores da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT) e empresários. O juiz da Vara de Ação Civil Pública e Ação Popular do Tribunal de Justiça (TJ-MT), Bruno D’Oliveira Marques, determinou que os depoimentos de José Riva e de seu ex-chefe de Gabinete, Geraldo Lauro, só serão colhidos após o compartilhamento dos anexos da colaboração premiada de ambos com a Vara de Ação Civil Pública. Ambas as decisões foram proferidas no dia 27 de fevereiro.
 
As declarações dos dois réus seriam realizadas no âmbito de dois processos derivados da operação “Arca de Noé”. Segundo as investigações, um esquema envolvendo lavagem de dinheiro, e pagamento de dívidas de campanhas de políticos com o bicheiro João Arcanjo Ribeiro, teria “tomado de assalto” os cofres da AL-MT. O depoimento de uma testemunha também foi adiado. “Os depoimentos pessoais dos requeridos José Geraldo Riva e Geraldo Lauro serão colhidos após o envio dos anexos da colaboração premiada. Da mesma forma, ocorrerá com a oitiva da testemunha Daniel Lúcio Martins (arrolada pelo MP) e as que eventualmente persista o interesse pelo requerido Geraldo Lauro”, diz trecho da determinação.
Os despachos do juiz não detalharam quando o conteúdo da colaboração premiada de José Riva será compartilhado com a Vara de Ação Civil Pública e Ação Popular. De acordo com informações dos dois processos, 48 cheques emitidos pela AL-MT, em favor de duas empresas, teriam acarretado um rombo de R$ 2,2 milhões aos cofres do Poder Legislativo.
 
Ambas as empresas só existiam no papel e receberam sem prestar qualquer serviço. Os recursos teriam sido desviados para o pagamento de dívidas de campanha de políticos – com José Riva à frente -, com o João Arcanjo Ribeiro.
 
DELAÇÃO
 
A colaboração premiada do ex-deputado estadual José Riva foi homologada no dia 20 de fevereiro de 2020 pelo desembargador do TJ-MT, Marcos Machado. No despacho do juiz Bruno D´Oliveira também há sinais de Geraldo Lauro também tenha optado pela estratégia do ex-chefe, que é servidor da Assembleia Legislativa.
 
No documento, Marcos Machado avalia que a “relevância” das provas e depoimentos fornecidos por José Riva confundem-se com a própria história de Mato Grosso ao longo dos últimos 20 anos. “A relevância do conteúdo delatado deve ser retratada pela historiografia ao discorrer sobre o poder político no Estado de Mato Grosso, nos últimos 20  anos, na esperança que eduque e conscientize a população mato-grossense, especialmente os jovens!”, avalia Marcos Machado.
 
Ainda segundo o desembargador, os crimes revelados pelo ex-deputado estadual poderão atingir até mesmo membros do Poder Judiciário. “O conteúdo da colaboração envolve supostas condutas ilícitas atribuídas a ex-parlamentares e gestores, ocupantes de mandatos e cargos públicos e servidores públicos, além de empresários e pessoas jurídicas, que formaram quadrilha, posteriormente associação e aparente organização criminosa ao longo de mais de duas décadas, institucionalizando a corrupção nos poderes Legislativo e Executivo a ponto de alcançar, em tese, membros do Poder Judiciário”.
 
Em seu acordo de colaboração premiada, José Riva teria prometido devolver cerca de R$ 93 milhões aos cofres públicos.
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