NOTÍCIA | CPI DA COPA

CPI da Copa colhe depoimento de ex-diretores da Agecopa e do ex-prefeito de Cuiabá

Além destes, a CPI também colheu depoimento dos representantes da empresa Deloitte de consultoria

Por: Assessoria de imprensa do deputado Oscar Bezerra
Publicado em 06 de Outubro de 2015 , 18h57 - Atualizado 06 de Outubro de 2015 as 18h57


A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as Obras da Copa colheu depoimento dos ex-diretores da Agecopa, de Comunicação Roberto França e de Orçamento e Finanças, Jeferson de Castro, e de representantes da empresa de consultoria Deloitte, na sessão desta terça-feira (6). A CPI também recebeu na condição de testemunha a convite, o ex-prefeito de Cuiabá, atual deputado estadual Wilson Santos (PSDB).

 

Depoimentos Ex-diretores Agecopa

 

Em seu depoimento, o ex-diretor de Comunicação da Agecopa, Roberto França detalhou sua atuação durante o período que ocupou o cargo, tendo em vista que a Agecopa foi destituída para a criação da Secopa.

 

Conforme França, a Agecopa não possuía dotação orçamentária própria, por isso, o trabalho era levantado pela diretoria de Comunicação, mas executado pela Secretaria Estadual de Comunicação. “O orçamento era vinculado, então tínhamos que atuar com as contratações que o governo do Estado já tinha, e no nosso caso era realizado via Secom”, observou.

 

Em sua avaliação, a Agecopa foi extinta para a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). “Seguíamos à risca o acordo firmado com a FIFA na Matriz de Responsabilidade, e a Assembleia Legislativa retardou em um ano e meio o trabalho para trazer o modal previsto nesta Matriz que era o BRT, para a implantação do VLT. Acabaram com a Agecopa para implantar o VLT, que definiram por este mesmo sem ter o projeto. A criação da Secopa foi decisiva e foi aprovada em regime de urgência, acredito que por algum interesse empresarial por trás”, disse.

 

Roberto França também atribuiu os erros de execução das obras da Copa à falta de planejamento. “As obras de infraestrutura eram necessárias para Cuiabá, mas foram feitas sem planejamento, porque não fazia sentido rasgar a cidade como fizeram e abrir várias frentes de trabalho, sem concluir nenhuma. Era mais natural realizar obra etapa por etapa, do Aeroporto ao Porto, um exemplo, já estaria pronto, ao invés de estar como está”, destacou.

 

Já o ex-diretor de Orçamento e Finanças da Agecopa, Jeferson de Castro, também adiantou que a Agecopa não possuía dotação orçamentária, e por isso utilizavam um orçamento previsto de despesas conforme a avaliação de gastos por período. Entre os pagamentos realizados durante sua gestão, destacou o Consórcio para implantação da Arena Pantanal. Jeferson deixou a diretoria em junho de 2012.

 

Depoimentos Empresa Deloitte

Com relação à empresa de consultoria Deloitte que firmou dois contratos com o governo do Estado, o representante Robson Calil Chaar entrou em contradição ao afirmar que não participou de reunião no Rio de Janeiro para apresentação de Cuiabá como cidade-sede, sendo que o seu funcionário à época e gerente do contrato, Thiago Moreira Salles confirmou em depoimento após o seu, para a CPI, que os dois estiveram na cidade do Rio de Janeiro para defesa de Cuiabá.

 

A negativa de Robson é no sentido de que a reunião ocorreu em setembro de 2008 no Rio de Janeiro, contudo, o contrato assinado com a Deloitte por dispensa de licitação, só foi firmado em dezembro daquele mesmo ano, o que impediria a atuação da empresa no período anterior.

 

De acordo com Calil Chaar, a Deloitte foi contratada para prestar consultoria e auxiliar a cidade a preparar o material chamado de Caderno de Encargos, com as intenções assumidas pelo governo para atender aos itens preceituados pela FIFA, que vão desde tempo de locomoção até o estádio até quantidade de leitos de hospital.

 

Este primeiro contrato com o governo ficou em torno de R$600 mil para nove semanas de serviço prestado, e depois foi firmado novo contrato no valor de mais de R$4 milhões, tendo em vista que a soma dos dois contratos chega a R$5 milhões. O segundo contrato com duração de um ano preconizava a preparação de uma estrutura que permitisse monitorar a evolução das ações que Cuiabá se comprometeu a realizar no Caderno de Encargos.

 

“Permitimos que o governo realizasse esse gerenciamento de solução de gestão através do monitoramento da evolução destas ações que seriam executadas até 2014”, pontuou.

 

Calil Chaar garantiu não se recordar de ter comparecido à reunião no Rio de Janeiro, contudo, o ex-funcionário da empresa, gerente dos contratos em Cuiabá, Thiago Moreira Salles confirmou a presença de ambos neste encontro para defesa de Cuiabá como sede. “Não posso dizer sobre os contratos firmados, pois nunca acompanhei, mas estivemos sim no Rio de Janeiro em setembro de 2008 para participar da apresentação e defesa da cidade como sede para Copa”, garantiu.

 

Sobre a troca de modal, Thiago explicou que o contrato não preconizava um estudo sobre modelo A ou B, mas que a Deloitte apresentou diversas soluções em que destacavam prós e contras dos modais de transporte, porém sem apontar definições, tendo em vista que tanto análise do material quanto a decisão ficaram sob responsabilidade do governo.

 

Depoimento do Ex-prefeito de Cuiabá

 

O ex-prefeito de Cuiabá, deputado estadual Wilson Santos (PSDB) discorreu sobre sua atuação durante o processo de escolha de Cuiabá como cidade-sede e implantação das ações enquanto esteve à frente da gestão municipal.

 

Wilson Santos afirmou que Cuiabá não possuía recursos para contrapartida das obras que seriam realizadas para o Mundial, e que por este motivo o governo tomou à frente da execução das obras.

 

“Participei efetivamente da defesa de Cuiabá como cidade-sede na cidade do Rio de Janeiro, por possuir facilidade em expor, foi um dos que fizeram a defesa, e também por ser o prefeito à época, mas, a prefeitura não tinha dinheiro para investimento e por isso, o governo tomou à frente”, salientou.

 

Além disso, o ex-prefeito destacou que o ex-governador Blairo Maggi (PR) já sabia da escolha de Cuiabá como sede, quatro meses antes do anúncio pois havia sido avisado por Agripino Bonilha Filho, ex-diretor de Voluntariado da Agecopa, que entregou uma carta assinada pelo ex-presidente de honra da FIFA, João Havelange.

 

Para Wilson Santos, a troca do modal BRT pelo VLT foi realizada para que “alguém pudesse ganhar dinheiro, tendo realizado esta conclusão subjetiva, pois não tinha necessidade da mudança”. O deputado destacou ainda que a presidente Dilma havia garantido recursos apenas para o BRT, e que as cidades que optaram por outro modal deveriam arcar com o investimento, que no caso do VLT foi realizado via financiamento com a Caixa Econômica.

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JUARA MATO GROSSO



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