Moradores do município de Chapada dos Guimarães, cidade que leva o mesmo nome do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães, um dos principais pontos turísticos de Mato Grosso, estão preocupados com a epidemia de dengue que assola a região e com as falhas no combate à doença.


Isso porque foi constatado que larvicidas e outros produtos usados pelos agentes de endemias para o bloqueio de transmissão estão com prazo de validade vencido.


Fato que levou o Ministério Público Estadual (MPE) a ingressar com uma ação na Justiça contra a Prefeitura Municipal para cobrar medidas mais efetivas contra a infestação do mosquito da dengue.


O que atualmente não estaria ocorrendo pela Vigilância Epidemiológica, segundo o MP, por conta dos produtos vencidos.


Na ação, a promotora de Justiça Nayara Scolfaro também aponta que Chapada dos Guimarães está em estado de alerta com índice de infestação predial de 1,38.


A estimativa é de quem 100 pessoas já procuraram as unidades de saúde com os sintomas da doença, mas não passaram por exames.
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O coordenador do setor de Endemias, José Rubens Barbosa, confirma que os produtos estavam vencidos quando foram usados, mas alega que eles ainda causam efeitos no combate à doença.


A secretária municipal de Saúde, Maria Marilene Amorim, que assumiu o cargo na última semana, discorda de que a situação é de estado de alerta.


´É um índice razoável, não é ótimo. Mas é razoável´, declarou.


Os exames para confirmar o diagnóstico de dengue não estão sendo realizados no município e o material coletado está sendo encaminhado para Cuiabá.


A assessoria de imprensa da secretaria estadual de Saúde informou à reportagem que o órgão não recebeu nenhum pedido de recolhimento e envio de novos produtos. Destacou que está à disposição para ajudar o município.



O MP destaca, ainda, que as ações relacionadas à limpeza urbana têm sido realizadas somente no centro histórico.


´Os outros locais da cidade estão completamente abandonados, inclusive o bairro São Sebastião, o mais populoso do município; e o bairro Santa Cruz, onde há maior incidência de casos de dengue.


Ao trafegar pela cidade é visível o número de depósitos irregulares de lixos em diversos pontos da cidade, sendo comum a cada esquina a existência de entulhos, restos de construção, podas de árvores, carcaças de veículos e cada depósito de lixo propicia um criadouro do mosquito da dengue´, consta trecho da ação.


Epidemia

O Ministério da Saúde informou nesta segunda-feira (25) que aumentou em 190% os casos notificados de dengue em todo o país.


Segundo os números divulgados, entre 1º de janeiro e 16 de fevereiro de 2013, foram registrados 204.650 casos. No mesmo período de 2012 foram 70.489 notificações.


O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que cinco estados do país vivem uma epidemia de dengue: Mato Grosso, Goiás, Acre, Mato Grosso do Sul  e Tocantins.


É considerado estado de epidemia quando há incidência maior do que 300 casos a cada 100 mil habitantes.


De acordo com a secretaria estadual de Saúde, Mato Grosso registrou 10 ocorrências de óbito por dengue entre 1º de janeiro e 21 de fevereiro deste ano.


Dessas, três mortes foram confirmadas em Jaciara, Juara e Campo Novo dos Parecis, e sete casos estão sob investigação, segundo balanço divulgado no último dia 22 .


As vítimas são das cidades de Campo Novo dos Parecis, Primavera do Leste e Cáceres, Alta Floresta, Campo Verde, Cuiabá e Sinop.


Os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) apontam ainda que o estado registrou 11.326 casos de dengue no mesmo período.


Conforme levantamento, 15 casos são considerados graves. O último balanço, do dia 14 de fevereiro, apontava 9.389 casos, sendo oito deles considerados graves. Cuiabá registrou 497 casos.


Já Rondonópolis, município a 218 quilômetros da capital, registrou mais casos, 1.109 no total. Sinop teve 39 casos notificados e Várzea Grande, na região metropolitana da capital 108 casos.