Cargas de frango, ovos e outros podem estragar
Cargas de frango, ovos e outros podem estragar
O bloqueio de rodovias pelos caminhoneiros em protesto contra as tarifas de pedágio já contabiliza prejuízos a quem precisa escoar a produção. O problema afeta principalmente os produtores de alimentos perecíveis. Um grupo avícola de Sorocaba teve quatro caminhões com frango embalado e refrigerado retidos em manifestações desde a manhã de segunda-feira (1º).
Na Castelo Branco, até a noite de ontem, três cargas que seguiam para São Paulo pararam no bloqueio da rodovia Castelo Branco desde o início da paralisação.
Outro caminhão frigorífico foi barrado, na rodovia Domêmico Rangoni, próximo de Cubatão. A carga com cortes especiais de frango seguia para o Guarujá.
O operador de logística da empresa, Leandro Baldino, explica a situação:
— Felizmente a tropa de choque da Polícia Militar liberou a estrada e só perdemos tempo.
Segundo Baldino, um caminhão ainda conseguiu retornar para a matriz, em Sorocaba. Outros dois ficaram presos no congestionamento mais de oito horas:
— Salvamos a carga porque são veículos refrigerados, mas tivemos prejuízo de tempo, combustível e o valor do pedágio que foi pago para chegar até ali.
De acordo com o operador, o pior é que um dos clientes que não recebeu a encomenda comprou de outro fornecedor.
— O cliente que não recebe o produto não quer saber se a estrada está bloqueada.
A Granja Shinoda, de Porto Feliz, teve de retornar com uma carga de 216 mil ovos que seriam entregues para uma rede de supermercados da capital paulista.
O veículo ficou preso na manifestação da Castelo Branco. Responsável pelo controle da granja, Roseli Aquino, conta o prejuízo:
— Quando a pista foi liberada, não havia mais tempo para a entrega. Os ovos destinados ao varejo têm validade de apenas trinta dias. Um dia perdido representa custo.
Outros produtos
O bloqueio também afeta o transporte de 65 a 70% da mercadoria do Porto de Santos, no litoral paulista.
De acordo com a Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), por volta das 11h desta terça-feira (2), foram retirados os bloqueios no acesso ao porto pela rodovia Cônego Domênico Rangoni que estava bloqueado na rota da Alamoa, via por onde chegam os caminhões em Santos.
O outro acesso ao porto, pelo Guarujá, também voltou a receber caminhões. Dessa forma, o embarque e desembarque dos navios ocorreu normalmente, assim como o escoamento de cerca de 24% da mercadoria que é feito por ferrovia (em sua maioria granel). O transporte de cerca de 70% dos produtos, que é feito por caminhões, não foi afetado por essa manifestação.
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