O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, garantiu que o Partido Progressista (PP) não tem interesses em ocupar nenhum cargo na equipe do governador Pedro Taques (PSDB). No entanto, ele afirmou que a sigla dará todo o suporte necessário para a atual gestão do Estado.

Para Maggi, a falta de representatividade do Partido Progressista na Assembleia é um dos principais motivos que levaram os membros do partido a não pleitearem espaço no governo. "O PP não tem base na Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Portanto, não pode dar nenhum voto ao governo. Então, se não temos parlamentares, não tem porque nós compormos o governo oficialmente”, disse, na manhã desta segunda-feira (6), em entrevista à rádio Capital FM.

Maggi adinatou que a legenda deve deliberar oficialmente sobre o assunto. “A decisão de ir para o governo não me parece uma decisão que o partido queira fazer. Talvez algumas pessoas queiram ou desejam, mas o partido, como um todo, não tem esse rumo a tomar. E essa é a posição do partido, talvez não oficial, porque não nos reunimos para isso. Mas, pelo que tenho conversado com as lideranças, é esse caminho que vamos seguir”, completou.

O ex-governador do Estado também comentou sobre a recusa do secretário nacional de Política Agrícola, Neri Geller (PP), em assumir a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf). “A saída do Neri [do Governo Federal], hoje, não é uma coisa fácil nem saudável para este momento. Para quem tem que avançar com muita rapidez, é melhor manter o ritmo e o time que temos agora. O Neri foi convidado, eu disse a ele dessas questões e ele também ouviu, por parte das entidades, que não deveria sair do governo neste momento”, explicou.

Segundo Maggi, a decisão de Geller em não compor a equipe de Taques é definitiva. ”Conversei com ele na sexta-feira, quando o encontrei, e ele já tinha informado que não faria parte do governo do Pedro Taques. Parece que é uma decisão já definitiva. Porém, eu disse a ele que, da nossa parte, não há qualquer empecilho em ajudar o governo em tudo o que for possível, dentro da nossa pasta, e articular junto ao Governo Federal para que Mato Grosso tenha condições de estar mais presente em Brasília”, afirmou.

O ministro ainda comentou sobre a importância que o atual secretário nacional de Política Agrícola tem para o País. “A figura do Neri Geller, na política nacional, é muito forte. Ele já foi ministro da agricultura, já passou pela pasta e tem respeitabilidade junto com os agricultores do Brasil. As pessoas gostam muito dele, porque é firme e determinado. E ele tem um papel muito importante dentro do governo, que é fazer com que as políticas agrícolas sejam desenhadas e depois implementadas. Temos um prazo para ficar até abril do ano que vem”, comentou.

Apesar de não compor o staff de Taques, o ex-governador destacou que mantém os compromissos com o Estado. “Então, não compomos e nem deveremos compor o Governo, porém temos compromissos com os mato-grossenses, para fazer com que as coisas funcionem e andem com agilidade, sem nunca, jamais, pensar em fazer qualquer ato que venha para atrapalhar a economia e a população do Estado. Informalmente, estamos prontos para ajudar, não atrapalhar, somar e proteger”, revelou.

Maggi enfatizou que o fato de o PP não compor a equipe de Taques não irá influenciar as eleições de 2018. “As questões políticas são muito claras. Uma coisa é ajudar a governar, nós ajudaremos, independente de estar ou não no governo. Esse é um ponto definitivo. Em relação às próximas eleições, sempre há a possibilidade de várias alianças que podem ser feitas e isso vai ser discutido no momento correto. Não estou aqui dizendo nem para um lado nem para outro, o fato é que o PP não está no governo e não deverá estar, mas vai seguir no alinhamento de poder ajudar o Estado. Se estaremos juntos na outra eleição ou não, é outro momento, que vai ser discutido no futuro”, destacou.