Bebê amordaçada pela mãe é levada para abrigo em Sinop
A mãe, que é investigada por maus-tratos, foi ouvida na delegacia
O Conselho Tutelar de Sinop encaminhou a bebê de seis meses que teve a boca tapada pela mãe para um abrigo no Centro Social do Município nesta terça-feira (22).
O caso da criança repercutiu após um vídeo mostrar a bebê com a boca presa por uma fita adesiva que teria sido posta pela própria mãe para evitar que a menor chorasse.
As imagens foram levadas ao Conselho Tutelar e a responsável foi denunciada na Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança e Idoso de Sinop, que investiga a ocorrência.
Segundo a conselheira Margareth Dürks, que cuida do caso, a medida foi tomada para evitar que a criança seja exposta a um ambiente de risco.
“Nós aplicamos a medida de proteção, deixando a criança institucionalizada e agora os procedimentos são judiciais”, explica ao MidiaNews.
A conselheira ainda informou que houve a colaboração tanto da avó materna quanto da mãe da criança, que foram voluntariamente até a delegacia ontem para prestar depoimento sobre o caso.
O Conselho Tutelar conversou com o pai da menor, com uma tia paterna e o avô. Margareth alega que todos foram colaborativos, principalmente a avó materna, que percebeu que a filha não estava em boas condições emocionais para cuidar da neta no momento.
Na ocorrência registrada na Polícia Civil há relatos de que a responsável sofre com quadro de depressão e, segundo a conselheira, vai começar a fazer acompanhamento médico.
Não há um prazo de quanto tempo a criança deve permanecer no abrigo, a conselheira afirma que a decisão partiu do colegiado do Conselho Tutelar que entendeu que, no momento, esta é a escolha mais correta para a menor.
“Ela está sendo bem cuidada lá, medicada, tudo certinho, não está mais correndo risco”, afirma.
DESCOBERTA SOBRE O CASO
Margareth conta que recebeu de funcionárias do Centro de Referência de Assistência Social Menino Jesus (CRAS) em Sinop, o vídeo que mostra a criança com a boca colada.
No vídeo, a bebê chora enquanto o pai retira a fita.
Em seguida, ele vai até outro cômodo em que a mãe está sentada e a questiona: “Você está doida? Pregar fita na boca da menina... Só pode estar doida, não tem juízo não?”
Ao ver as imagens, foi solicitado que a conselheira tomasse providências. No entanto, ninguém sabia o endereço da família, apenas o bairro onde ficava a residência.
“Foi de imediato, elas passaram o vídeo, 11h32 chegou para mim, 11h40 eu já estava na BR pegando sentido [bairro] Alto da Glória para verificar”, relembra.
A conselheira tinha informações de que a mãe da menor havia trabalhado em um mercado na região e foi tentar buscar informações no local. Lá, Margareth foi informada sobre o endereço do avô da criança e decidiu ir ao local.
O próprio familiar informou onde a família morava, porém, ao chegar na casa, a conselheira identificou que eles não estavam. Foi identificado que a mãe e a filha estavam com a avó materna e, assim, a funcionária conseguiu localizá-las.
Todos os procedimentos foram tomados de segunda para terça-feira. Agora a família aguarda a parte judicial do caso.
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