Após despejo de esgoto, laudo diz que água é imprópria
Dois meses após o maior crime ambiental ocorrido em Rondonópolis (MT), com o despejo de 60 milhões
Dois meses após o maior crime ambiental ocorrido em Rondonópolis (MT), com o despejo de 60 milhões de esgoto in natura no rio Vermelho, um dos afluentes do Pantanal, a Sema-MT (Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso) finalizou o laudo dos danos ambientais causados.
O laudo recomenda que a água do rio Vermelho não seja usada para o consumo humano ou de animais sem tratamento e para irrigação de hortaliças enquanto os níveis de coliformes estiverem elevados.
Novos laudos devem ser emitidos a cada três meses para avaliações.
Segundo a secretaria, o lançamento clandestino de efluentes na água do rio ocasionou alterações significativas na qualidade da água devido à incorporação de matéria orgânica e incremento nas quantidades já elevadas de bactérias do gênero coliforme no rio.
O lançamento de esgoto no rio, ocorrido em maio, causou mortandade de peixes e formou uma mancha escura e fétida na superfície da água.
O esgoto foi lançado na água pela empresa responsável pelo saneamento local.
Após a conclusão do laudo, a Sema-MT manteve a multa de R$ 10 milhões aplicada contra o Sanear (Serviço de Saneamento Ambiental de Rondonópolis) e notificou a autarquia pública a apresentar um Plano de Recuperação Ambiental da área afetada pelos efluentes não tratados no rio Vermelho.
De acordo com o diretor geral do Sanear, Jean Lino, que assumiu o cargo após exoneração da antiga diretoria, suspeita de provocar o crime ambiental, a autarquia irá recorrer da multa e já está iniciando a contratação de uma empresa especializada em recuperação de danos ambientais.
Investigação
Além do laudo da Sema, o inquérito policial já foi concluído.
Segundo a delegada Divina Martins da Silva, os suspeitos Júlio Goulart, ex-diretor técnico do Sanear, e Terezinha Souza Silva, ex-diretora geral, foram ouvidos.
O diretor técnico disse em seu depoimento que o crime, na verdade, teria sido um acidente, já que a manilha estava sem manutenção e teria sido aberta para que somente uma pequena quantidade de esgoto fosse lançada ao rio.
Após a abertura a alegação é que foi impossível fechar, diz a delegada.
Segundo ela, a própria Sanear era responsável pela manutenção do equipamento.
A Folha não conseguiu falar com a defesa dos suspeitos.
MAIS NOTÍCIAS