Como acontece na maioria dos grandes eventos, o melhor fica para o fim. Na última apresentação das argolas nas eliminatórias da Copa do Mundo de ginástica disputada em São Paulo, entrou em ação Arthur Zanetti, atual campeão olímpico das argolas. Com sua tradicional tranquilidade, aliada à técnica e muita força, ele conseguiu a melhor nota das eliminatórias, com 16,050, a maior pontuação de sua carreira. Para se ter uma ideia, quando conquistou o ouro olímpico, o brasileiro fez 15,900. Durante a apresentação, o silêncio reinou no ginásio, com aplausos apenas após o atleta concluir o cristo, um dos movimentos mais complicados de sua série. A cravada na saída levou o público ao delírio, com palmas de quase um minuto de duração.

- Foi tudo muito positivo, o brasileiro torceu muito bem. Minha melhor nota, agora é ajeitar, porque dá para melhorar mais - disse Zanetti.

Henrique Flores ficou na terceira posição nas eliminatórias das argolas, com 14,950. Ele não saiu tão contente com o resultado e sonha com dois brasileiros no pódio:

- Se for comparar com o ano passado, não foi uma nota boa, mas estou em recuperação de lesão. Não deu pra fazer minha série mais forte, foi uma mais equilibrada, mas consegui chegar à final. Agora é se preparar e tentar a dobradinha com o Zanetti que todo mundo está querendo - disse.

Nesta sexta, o Brasil se classificou para 15 finais em nove aparelhos aparelhos. O país terminou em primeiro lugar nas argolas (Arthur Zanetti), no salto (Rebeca Andrade) e no solo (Flávia Saraiva). Rebeca ainda conseguiu a vaga nas assimétricas (sétimo) e Flavia vai disputar outras duas medalhas (segunda na trave e quarta nas assimétricas). Lorrane Oliveira passou em 2º no solo e Leticia Costa em quarto no salto. Entre os homens, além de Zanetti e Henrique nas argolas, o Brasil vai disputar medalha com Diego e Ângelo Assumção no salto e no solo. Nas barras paralelas, o país será representado por Francisco Barreto (5º). Por fim, no cavalo com alças, Petrix disputará a final após ser sexto nas eliminatórias.

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Diego Hypolito já tinha se apresentado pela manhã no salto, e ficou na sexta posição. No solo, sua especialidade, também se poupou, e fechou na segunda colocação com a nota 15,200. Se dependesse do público presente, Diego seria o primeiro. A plateia foi ao delírio com a apresentação do ginasta, que cometeu alguns erros, mas conseguiu a pontuação suficiente para passar com tranquilidade para a decisão, atrás apenas do chileno Enrique Sepuvelda, que fez 15,800. Outro brasileiro, Ângelo Assumpção ficou na quarta posição e também lutará por medalhas.

Apesar do grande resultado, Diego reclamou das dores nas costas e não confirmou presença na final do salto deste sábado.

SHOW DE REBECA NO SALTO

Na sua primeira competição adulta no salto, Rebeca Andrade conseguiu dois ótimos saltos, aplaudidos de pé pelo público no Ibirapuera. Mesmo sem apresentar os melhores saltos, está se poupando para a decisão, ela conseguiu a melhor média (14,825) com 15,200 e 14,450. Outra brasileira, Letícia Costa falhou em sua segunda apresentação, deu três passos após a chegada no solo, mas mesmo assim conseguiu um lugar na final, com 13,975 de média.

Grande destaque pela manhã, quando garantiu vaga na decisão do solo e da trave, Flavia Saraiva continuou em forma na parte da tarde. Com a nota de 13,350, passou para a final das barras assimétricas em quarto lugar. Na mesma prova, Rebeca Andrade sofreu uma queda, terminou com 12,900, e acabou em sétimo, também garantindo um lugar na decisão.

- Estou achando legal a experiência. Vou dar o meu melhor para chegar amanhã bem nas finais e trazer medalhas - disse Flavia, após a prova.

A pequena atleta, de apenas 1,33m de altura e 15 anos, disputará três finais da Copa do Mundo de São Paulo. No solo, em que fez a melhor apresentação das eliminatórias, na trave, em que caiu e mesmo assim ficou em segundo lugar, e nas assimétricas, na qual avançou com a quarta melhor nota.