NOTÍCIA | SORTEIO DA COPA EM DÚVIDA

Matemático francês diz que sorteio da Copa é injusto e sugere novo modelo

Matemático francês diz que sorteio da Copa é injusto e sugere novo modelo

Por: DO IG ESPORTES
Publicado em 16 de Junho de 2014 , 10h43 - Atualizado 16 de Junho de 2014 as 10h43


O método de sorteio adotado pela FIFA na elaboração dos grupos desta Copa do Mundo, que proporcionou confrontos de países de pouca expressão na primeira fase ao passo que Itália, Inglaterra e Uruguai, em teoria, têm que brigar por duas vagas no grupo B, ainda dá o que falar.

 

Em artigo publicado originalmente no The Social Science Research Network, site voltado para pesquisar acadêmicas, e repercutido nesta segunda-feira pelo jornal espanhol El País, o matemático francês Julien Guyon defende uma mudança no sistema de sorteio usado pela entidade máxima do futebol. Ele alega que, ao priorizar as questões geográficas para evitar que times do mesmo continente caiam no mesmo grupo, o sistema utilizado, dividindo as 32 equipes em quatro potes (cabeças de chave no pote 1, África e América do Sul no 2, América do Norte, América Central e Ásia no 3 e Europa no 4), não é tão justo quanto parece.

 

E explica. “Neste sorteio, cada grupo de quatro inclui uma equipe eleita aleatoriamente de cada pote. Neste sistema se consegue um nível mínimo de equilíbrio ao se colocar as equipes mais fortes e o país anfitrião no pote 1, o dos cabeças de chave. Em seguida, a FIFA se volta aos potes 2, 3 e 4, usando apenas o critério geográfico, ignorando em qual posição do ranking mundial está cada equipe. Neste ano, o pote 2 foi composto pelas equipes africanas mais Chile, Equador e uma equipe adicional procedente do pote europeu, no caso a Itália. O pote 3 foi formado pelas equipes da Concacaf e da Ásia. O pote 4 agrupou os oito times europeus restantes”.

 

No entanto, essa configuração prejudica algumas seleções. O Chile, por exemplo, 12º colocado no ranking, acabou sendo colocado no mesmo pote de equipes que vão da 17º posição até a 59º, o que o obriga a enfrentar logo de cara Espanha e Holanda, atuais campeã e vice-campeã do torneio, respectivamente.

 

Proposta

Guyon afirma que é possível fazer um sorteio mais equilibrado, que também leve em conta o critério geográfico. E, baseando-se no atual Mundial, sugere um rearranjo nos potes. “As 32 seleções se agrupariam em oito potes com quatro equipes cada um seguindo suas respectivas classificações no ranking mundial. No pote 1, poríamos os quatro melhores classificados (neste caso, Brasil, Espanha, Alemanha e Argentina), no pote 2 os quatro seguintes (Colômbia, Bélgica, Uruguai e Suíça), e assim por diante. Para assegurarmos o equilíbrio, as equipes do pote 1 se agrupariam com as do pote 4, 5 e 8 (primeiro sorteio), enquanto que as seleções do pote 2 jogariam contra as do pote 3, 6 e 7 (segundo sorteio).’’

 

“Antes de sortear as equipes dos potes 3 ao 8, sortearíamos seus continentes. Se fosse este ano, por exemplo, o pote 4 teria três seleções europeias e uma da Concacaf, enquanto o pote 5 teria três europeus e um africano. O pote 8 teria as três seleções asiáticas e uma africana”. Nesse cenário, há seis distribuições continentais no primeiro sorteio que cumprem com o princípio de separação geográfica. São elas:

 

- Brasil, Europa, Europa, Ásia,

 

- Espanha, Europa, África, Ásia,

 

- Alemanha, Concacaf, Europa, África.

 

- Argentina, Europa, Europa, Ásia.

 

“Para o segundo sorteio, as 24 distribuições continentais dos potes 3, 6 e 7 também respeitariam a diversidade geográfica. No dia do sorteio, escolheríamos em primeiro lugar duas combinações geograficamente aceitáveis de maneira aleatória, uma para o primeiro sorteio e outra para o segundo. Para isso, poderíamos utilizar dois dado, um de 6 lados e outro de 24”.

 

“Em seguida, sortearíamos as equipes. Começando pelo pote 8, as escolheríamos de forma sequencial e as encaixaríamos no primeiro lugar disponível para seus respectivos continentes. No exemplo citado, se Camarões fosse escolhido primeiro no pote 8, iria diretamente para o grupo da Alemanha. Se o Irã fosse escolhido em segundo lugar, iria para o grupo do Brasil, e assim sucessivamente. Uma vez terminado, repetiríamos a mesma operação do 7° pote ao 3°”.

 

De acordo com o francês, o equilíbrio seria mantido nos cruzamentos das oitavas-de-final em diante. ‘’Os cabeças de chave 4, 5 e 8 seriam colocados aleatoriamente nos grupos C, E e G, e os cabeças de chave 3, 6 e 7 nos grupos B, D, F e H”. O grupo A seria reservado ao anfitrião. “Ao contrário do sistema que a UEFA utiliza atualmente para formar os grupos da Liga dos Campeões, este sistema é totalmente justo: todos os possíveis resultados são igualmente prováveis”.

 

Desta maneira, os EUA, que são o 13º do ranking, não teriam sido colocados no pote ao lado de Costa Rica, Honduras, México, Austrália, Irã, Japão e Coreia do Sul, seleções situadas em posições bem inferiores no ranking, o que evitaria, no caso, o difícil grupo que conta com Alemanha e Portugal.

 

Confira o resultado de um novo sorteio de grupos baseado no sistema de Guyon:

 

A: Brasil, Bósnia-Herzegovina, Rússia, Irã

 

B: Bélgica, Chile, Gana, Japão

 

C: Argentina, Grécia, Croácia, Coreia do Sul

 

D: Espanha, Portugal, Costa de Marfim, Austrália

 

E: Suíça, Holanda, Equador, Honduras

 

F: Uruguai, Inglaterra, Costa Rica, Nigéria

 

G: Colômbia, Itália, México, Argélia

 

H: Alemanha, Estados Unidos, França, Camarões

Exatas Contabilidade
Soluti - Exatas Contabilidade
Sicredi
Auto Posto Arinos LTDA

JUARA MATO GROSSO



MAIS NOTÍCIAS


Interessado em receber notícias em seu e-mail?
Nós o notificaremos e prometeremos nunca enviar spam.


2002 - 2024 © showdenoticias.com.br