O Brasil é campeão do mundo de handebol feminino. Após muita luta e superação, a Seleção leva a primeira medalha em mundiais, e de forma invicta. Comandadas por Alexandra Nascimento, eleita melhor jogadora de 2012, pela capitã Dara, e pelo treinador dinamarquês Morten Soubak, as meninas entraram para a história da modalidade no país. A partida foi realizada na casa das rivais, mas mesmo com o ginásio lotado, as garotas venceram a Sérvia por 22 a 20. Babi entrou para a seleção do Mundial como a melhor goleira, e Duda foi eleita a jogadora mais valiosa (MVP) da competição.

Mesmo que não tenha sido indicada ao prêmio de melhor do mundo em 2013, Alê foi a artilheira da decisão, com seis gols. Em entrevista ao programa “Tá na área”, a ponta direita do time ressaltou a conquista inédita da equipe e disse já pensar nas Olimpíadas de 2016 (assista ao vídeo).

- Um passo foi dado. Conseguimos um objetivo que para muitos era impossível. Provamos que tudo na vida é possível com muito trabalho. Sabemos que temos que melhorar muita coisa ainda. Sabemos também da nossa responsabilidade. Agora que conseguimos o ouro no mundial, vão pedir nas Olimpíadas. Então é um momento de refletir para ver o que temos que melhorar. As outras seleções também vão melhorar, vão evoluir. Nós não podemos ficar para trás. Temos que continuar o trabalho para em 2016 dar mais uma medalha para o Brasil e para o handebo Alexandra revelou a fórmula do sucesso das brasileiras, que há anos lutavam por uma chance de mostrar ao mundo a sua força. E mostraram. Desde 1995 que uma seleção fora da Europa não conquistava o Mundial feminino.

- Não podemos esquecer de 10, 15 anos atrás, das jogadoras que começaram essa caminhada, o que fez com que a gente sempre continuasse acreditando, nunca desistíssemos. Saímos do Brasil para adquirir mais experiência, para treinar com o que as meninas de fora tinham de diferente, porque estávamos treinando escondidas no Brasil, e íamos para o Mundial sem saber quem era Noruega e Dinamarca. Agora que estamos treinando com elas, não é mais surpresa. Então isso ajudou bastante - disse.

A jogadora também lembrou dos momentos difíceis da Seleção, quando as brasileiras foram eliminadas do Mundial de 2011, realizado no Brasil, em derrota para a Espanha nas quartas de final por 27 a 26, e no ano em que perderam para a Noruega por 21 a 19, após começar a partida vencendo, também nas quartas de final, mas das Olimpíadas de Londres, em 2012. Para ela, os insucessos serviram de lição e ajudaram na conquista de 2013.

- Sofremos no Mundial em 2011, quando perdemos para a Espanha. Pensamos que já tínhamos aprendido no Mundial, mas também perdemos nas Olimpíadas de Londres para a Noruega. E vimos que nos faltava experiência. Em um momento de tristeza, de choro, conseguimos levantar a cabeça e prestar atenção no que faltava. E nesse Mundial conseguimos colocar na quadra a experiência, a frieza e o que aprendemos ao longo dos anos – analisou Alê.

Ainda em estado de choque pela conquista, Alê exaltou o carinho da torcida em plena Sérvia e falou da ansiedade em voltar ao Brasil para comemorar com a família.

- Estou com a medalha no peito e parece que não caiu a ficha ainda. Parece que foi um sonho. É inacreditável. Saímos super tarde do ginásio, a torcida comemorou muito com a gente. Pediram autógrafos, fotos, foi uma sensação maravilhosa. Vamos sair para jantar todas juntas. Dormir essa noite, nem sei o que é isso, vamos festejar a noite inteira e depois viajar para comemorar com a família.

O projeto que levou ao título mundial começou há quatro anos pela Confederação Brasileira de Handebol, com a contratação do técnico dinamarquês Morten Soubak, que foi criado em um país que respira a modalidade e mostrou que conseguiu passar o espírito esportivo do handebol para as brasileiras.