Comissão da Fifa investiga brindes da CBF na Copa
Comissão da Fifa investiga brindes da CBF na Copa
Reportagens de dois jornais europeus neste domingo relatam um imbróglio envolvendo CBF e Fifa por brindes oferecidos em nome dos brasileiros a membros do Comitê Executivo da entidade internacional. A Comissão de Ética da Fifa está investigando o caso, pois o código interno proíbe expressamente a aceitação desse tipo de presentes.
De acordo com o "Welt am Sonntag", da Alemanha, dezenas de funcionários ganharam relógios avaliados em € 20 mil (cerca de R$ 60 mil). Theo Zwanziger, ex-presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB, na sigla em inglês), e Wolfgang Niersbach, atual titular do cargo, confirmaram a informação ao jornal.
- Quando voltei à Alemanha, informei à Comissão de Ética que a CBF tinha me presenteado com um relógio e queria devolvê-lo imediatamente. Antes do congresso da Fifa, em São Paulo, encontrei uma bolsa da Fifa no meu quarto de hotel. Vi uma camisa do Brasil e uma da Fifa, canetas, bandeirinhas e broches, mas não vi um relógio. Quando um jornalista britânico me perguntou se tinha recebido um relógio, voltei a olhar o que tinha dentro da bolsa. Encontrei o relógio embrulhado em um plástico e envolvido numa camisa brasileira. É uma indecência que o relógio tenha muito valor. Nesse caso, deve se castigar a CBF - afirmou Zwanziger ao "Welt am Sonntag".
Ralf Köttker, diretor de comunicação da DFB, confirmou que Wolfgang Niersbach também recebeu o relógio, mas não aceitou o presente e o devolveu diretamente à CBF por serviço de entrega. De acordo com o jornal alemão, os presidentes de todas as 32 federações participantes, assim como dirigentes da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), ganharam os brindes.
O "Sunday Times", da Inglaterra, dá outros detalhes do caso. Afirma que o britânico Jim Boyce, membro do comitê executivo da Fifa, disse que tomou "o choque de sua vida" quando descobriu o relógio no saco de presente em seu quarto no hotel Grand Hyatt. De acordo com a publicação, Sunil Gulati, dos EUA, Moya Dodd, da Austrália, e o príncipe Ali bin al-Hussain, da Jordânia, também relataram o recebimento do brinde.
Segundo o jornal inglês, a Fifa se limitou a confirmar em comunicado oficial neste domingo a "distribuição de relógios comemorativos pela CBF oferecidos por seus patrocinadores para várias pessoas, incluindo um membro do comitê executivo" e que a comissão de ética foi informada e está investigando a questão.
O GloboEsporte.com tentou contato com a CBF para uma resposta aos jornais europeus, mas ainda não obteve retorno.
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