Audiência Pública realizada nesta sexta-feira (06), na Assembleia Legislativa debateu as principais reivindicações dos servidores da educação pública estadual. A categoria está em greve há quatro semanas. O evento foi solicitado pelos membros da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura e Desporto.

 
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (SINTEP), Henrique Lopes do Nascimento questionou a falta de atenção do chefe do Executivo pelo não cumprimento da lei que garante reposição salarial, melhoria na infraestrutura, maior participação do Estado no atendimento da demanda do Ensino Fundamental e o fortalecimento da gestão da educação.
 

Segundo ele, a reposição salarial deve ser em torno de 10,41%, garantindo o poder de compra dos servidores por um período de sete anos. Ele destacou que em seus quadros funcionais, a SEDUC possui um pouco mais de 39 mil trabalhadores da educação. “Desse número, 11.308 mil são professores efetivos e outros 12.815 mil são temporários; o salário base dos professores está em R$ 1.569, mas a nossa proposta é elevá-lo para R$ 1.719”, disse o presidente do Sintep.
 

O secretário Adjunto da Secretaria de Estado de Educação, Edilson Pedro Spenthof, afirmou que os recursos para a educação estão comprometidos e que não há possibilidade de um novo reajuste salarial para a categoria, em 2013.
 

“Em maio deste ano, o governo concedeu um reajuste de 8% para a categoria. Isso impactou em 92% da receita somente com a folha de pagamento, sobrando apenas 8% para custeios e investimentos. Hoje, a folha consome R$ 1,475 bilhão”, descreveu Spenthof. Ele disse ainda que o concurso público realizado em 2009 previa a contratação de 5.500 mil trabalhadores para o ensino público, mas já chamou 8.761mil entre aprovados e classificados.
 

Na ocasião, o deputado estadual Ezequiel Fonseca lembrou da última reunião realizada com o governador. “Nos momentos em que o governador foi chamado para fazer negociação, ele descartava fazer qualquer mudança para 2013”. em sua explanação, Ezequiel demonstrou preocupação com a falta de vontade do governador em construir uma proposta. “Como foi sinalizado que em 2014 o aumento salarial será concedido, então que comece em janeiro”.
 

Membro da Comissão de Educação, o progressista destacou que estará se reunindo com a categoria nos próximos meses para o inicio de uma nova discussão no setor, o financiamento da educação, o avanço ou o fim da escola organizada em ciclos.