NOTÍCIA | COVID-19

Um mês após primeira morte, Brasil tem 2.000 óbitos e novo ministro da Saúde

Teich voltou a reforçar seu alinhamento com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e repetiu que "saúde e economia não competem, elas são completamente complementares".

Por: Clarice Cardoso, do UOL, em São Paulo
Publicado em 20 de Abril de 2020 , 07h25 - Atualizado 20 de Abril de 2020 as 07h31


Reprodução UOL - SP
No dia em que o Brasil completa um mês desde a primeira morte confirmada pelo novo coronavírus e quando ultrapassa o número de 2 mil vidas perdidas para a covid-19, tomou posse o novo ministro da Saúde, Nelson Teich.
 
Em seu discurso, demonstrou a preocupação de manter-se neutro, voltando a reforçar que não fará mudanças bruscas na condução da pasta e que "o lado humano" irá se impor. Teich voltou a reforçar seu alinhamento com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e repetiu que "saúde e economia não competem, elas são completamente complementares".
 
O oncologista diagnosticou uma população amedrontada e lançou para si o desafio de enfrentar a falta de informação em torno da pandemia. Porém, hoje a pasta deixou de realizar entrevista coletiva para a imprensa e de divulgar o Boletim Epidemiológico diário. Mais completo, o documento trazia dados mais detalhados que os disponíveis no Painel Coronavírus atualizado no site do Ministério.
 
Seu antecessor, Luiz Henrique Mandetta (DEM) despediu-se sem fazer menção direta aos atritos que teve até o momento com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e cumprimentou a todos com um toque de cotovelos, gesto simbólico que denota a preocupação em evitar o contágio pela doença. "O mundo se dividirá em antes e depois do coronavírus. Todas as economias vão sofrer, as nossas vão sofrer, e muito nos preocupa a segunda onda", afirmou.
 
Em uma declaração hoje, o chefe das operações da OMS (Organização Mundial da Saúde), Michael Ryan, agradeceu o ex-ministro pelo serviço prestado à população brasileira. "Sabemos que o presidente do Brasil trocou de ministro. É essencial, entretanto, que não só o Brasil, mas todos os governos, tomem decisões baseadas em evidências e tenham uma resposta do governo inteiro e da sociedade inteira ao responder à pandemia de Covid-19. Todos temos o dever de proteger nossas populações mais vulneráveis".
 
Indiferente aos apelos da entidade, Bolsonaro contraria suas orientações desde o início da crise. Em seu discurso hoje, voltou a falar sobre sua preocupação com a economia e incentivou a reabertura do comércio não essencial, indo na contramão das ordens de muitos prefeitos e governadores que adotaram medidas de restrição e com quem antagoniza.
 
"A história lá na frente vai nos julgar. Eu peço a Deus para que nós estejamos certos lá na frente. Então, essa briga de começar a abrir para o comércio é um risco que eu corro, porque, se agravar, vem para o meu colo".
 
Em sua crescente disputa com governadores e prefeitos, que têm autonomia na decisão, segundo o STF (Supremo Tribunal Federal), Bolsonaro citou que metade dos prefeitos já desejariam a abertura do comércio. Deixou, no entanto, de esclarecer de onde tirou essa informação.
 
Por sua vez, os chefes dos estados e municípios mais afetados não dão indicação de pretender seguir o presidente. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), por exemplo, anunciou hoje a prorrogação da quarentena até o dia 10 de maio no estado. Esta é a segunda vez que o político tucano aumenta o prazo. A principal preocupação de governos e prefeituras é com a sobrecarga dos hospitais. A cidade de São Bernardo do Campo, por exemplo, uma das principais da região metropolitana, já está com 80% dos leitos de UTI reservados para pacientes covid-19 ocupados.
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JUARA MATO GROSSO



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