Produtores rurais culpam falta de logística por comida mais cara em MT
Produtores rurais culpam falta de logística por comida mais cara em MT
Uma pesquisa inédita feita pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) sobre os preços dos alimentos no varejo de Cuiabá-MT identificou que uma família de quatro pessoas e com renda mensal de um salário mínimo gastou, em setembro deste ano, R$ 321,1 somente em alimentação. O valor é 7,6% superior em relação a fevereiro deste ano (R$ 298,5).
O motivo para o aumento, segundo o presidente do Sistema Famato, Rui Prado, é a logística do estado que encarece os produtos essenciais que compõem a cesta, principalmente os hortifrutigranjeiros e o trigo. Os dados foram apresentados nesta terça-feira (25.10) durante coletiva de imprensa na Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato).
Desde fevereiro, o Imea passou a acompanhar os valores de 68 produtos em cinco estabelecimentos da capital, avaliando a média de preço de três marcas para cada produto e em cada local. Na pesquisa foi usado um indicador geral de preços baseado na ração mínima do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
O valor do tomate em Cuiabá aumentou 47% de fevereiro a setembro deste ano, sendo considerado o crescimento mais significativo da cesta. Em segundo lugar está o arroz (42%), cuja produção estadual caiu mais de 40%, e em terceiro a batata (27% mais cara) que, assim como o tomate, vem de outros estados.
"O nosso maior desafio é solucionar os problemas logísticos para reduzir o impacto do aumento dos preços desses alimentos aos consumidores”, afirmou Prado, acrescentando que, apesar disso, Mato Grosso evoluiu muito desde a década de 60, quando o estado importava boa parte dos alimentos.
Redução – O preço da carne, que representa 30% de participação na cesta de produtos, reduziu 1%. Outros produtos que registraram queda nos valores foram o açúcar (-5%), o feijão (-8%) e a banana (-19%).
De acordo com o superintendente do Imea, Otávio Celidonio, a pesquisa também identificou que, em Cuiabá, uma família que recebe um salário mínimo mensal precisa trabalhar 113h34 para pagar a alimentação. Em São Paulo são necessárias 109h19.
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