NOTÍCIA | PECUÁRIA SUSTENTÁVEL

Pecuarista que recuperou pasto e APP compartilha aprendizado com produtores de Nova Bandeirantes

Sítio São Jorge, em Nova Bandeirantes, se tornou uma URT

Por: Comunicação Programa REM-MT
Publicado em 28 de Junho de 2023 , 15h32 - Atualizado 28 de Junho de 2023 as 15h40


REM-MT

Conhecimento só é real quando compartilhado. Foi este o aprendizado adquirido pelos produtores rurais e pesquisadores de Nova Bandeirantes, ao visitarem a propriedade do pecuarista Altair Sorgatto, que se tornou Unidade de Referência Tecnológica (URT) na região. Com apoio do Programa REM MT e da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer MT), o Sítio São Jorge restaurou 22 hectares, sendo 20 hectares de reforma de pastagem e 2 ha de área de preservação permanente degradada (APPDs) em processo de restauração.

Agora como exemplo para outros pecuaristas da região, Altair relata que passou quase 20 anos sem fazer a restauração da pastagem de sua propriedade, desde que saiu do Sul para vir para Mato Grosso. Lidando com a pecuária desde o berço, ele conta que, por mais que tenha aprendido o ofício de uma forma mais arcaica, sempre se interessou pela preservação do meio ambiente.

“A pecuária antes era tudo largada, num pasto só. E em Santa Catarina ainda é esse sistema. A gente veio pensando que tinha que ser pasto dividido. Meus pastos já eram divididos em 22 piquetes. Mas achei a necessidade de diminuir mais ainda. E com a parceria com a Luma, ela implementou o rotacionado, que eu já tinha vontade”, relembra Altair, citando a parceria com a técnica em agropecuária da Empaer, Luma Maldaner.

O proprietário buscava entender mais o processo de aliar a pecuária com a sustentabilidade. “Eu sempre gostei de assistir muito pela televisão, procurar melhorar o empreendimento, o lucro. A Luma precisava de uma área para implantar esse sistema e mostrar pro povo que é rentável, que não precisa desmatar tanto pra ter mais lucro”, reconhece.

Mas foi após a parceria, que Altair colocou em prática o que já vinha buscando. Já a  técnica em agropecuária da Empaer conta que para o projeto da URT foi selecionado um proprietário aberto a técnicas de recuperação.

“Pegamos uma propriedade com a pastagem degradada e uma APP degradada no mesmo sentido. O que pensamos? Vamos trabalhar o tripé da sustentabilidade, que é: recuperação da pastagem, recuperação da APP e também o fato do produtor trabalhar com a família no campo, que é a sucessão familiar, onde o filho e a filha trabalham juntos”, comenta Luma.

O processo de mudança

De acordo com Luma, uma série de iniciativas foram levantadas para fazer a restauração da propriedade. Por conta do manejo antigo, o solo estava muito degradado.

“Vimos que a propriedade estava com muita dificuldade, o manejo estava muito antigo. Fazia média de 18 a 20 anos que ele não mexia na recuperação da pastagem, estava muito degradado, muita morte súbita, precisava trocar por uma capineira nova e melhor”, cita.

O pasto foi trocado pelo capim-mombaça, em dezembro de 2022. Já a recuperação da APP foi realizada em fevereiro do mesmo ano, pelo processo de semeadura direta, ou muvuca de sementes.

Os animais também tiveram uma mudança. “Vimos uma melhora no assentamento dos animais e a partir de agora vamos ver os resultados na prática, depois de fazer o sistema rotacionado, vamos conseguir tirar e manter dados para trabalhar", afirma.

“Fazendo e aprendendo”

Sempre é tempo de aprender mais. Altair reconhece que ainda que tenha dedicado a sua vida à pecuária, aprendeu muita coisa nova com o processo de recuperação, além de observar maior produtividade. “Eu quase não sei fazer outra coisa, e a gente não sabe na verdade é nada”, ri o produtor.

“Aprendi sobre o ganho de peso do gado num pasto menor, entendi a importância de ter água boa pro gado. Não é só o pasto e o meio ambiente, a água também influencia no desenvolvimento do bicho, para ganho de peso”, conta Altair sobre as novidades que aprendeu.

O dia de campo foi anunciado pela rádio local e contou com a presença de 72 pessoas. Ao ver o interesse dos produtores da região em aprender mais, Altair se animou em se sentir como um exemplo e espelho.

“É com muita alegria e satisfação que vejo que através da gente, compartilhamos o conhecimento, que podemos produzir mais sem precisar desmatar”, reflete.

O coordenador regional da Empaer, José Aparecido, discursou que os produtores rurais da região já visualizam que é preciso mudar de mentalidade. "Assim como o sol nasce para todos, as mudanças climáticas também são sentidas pelas pessoas", diz. 

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JUARA MATO GROSSO



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