Demanda e preço estimulam aumento do confinamento de bovinos em 2014
Demanda e preço estimulam aumento do confinamento de bovinos em 2014
Por este sistema de criação, os animais são alimentados em cochos com ração na fase final de engorda até atingirem o peso ideal para abate.
Tradicionalmente, este sistema é adotado no Brasil nos meses de seca, entre maio e setembro, quando os pastos perdem vigor nutricional.
A divisão para pecuária da Agroconsult estima que a terminação de animais em confinamento vai aumentar 6,2 por cento sobre o ano passado, para 4,3 milhões de cabeças em 2014.
"Esta é uma estimativa inicial e, provavelmente, aumentaremos essa estimativa com a mudança para um cenário mais favorável aos confinadores", disse o analista da Agroconsult, Maurício Nogueira.
A expectativa para este ano é muito forte, com empresas citando demanda por cortes especiais no período de Copa do Mundo no Brasil e forte alta das exportações de carne bovina, que saltaram, por exemplo, 45 por cento em fevereiro.
RELAÇÃO FAVORÁVEL
O confinamento representa cerca de 10 por cento do número total de abates de bovinos no país, mas costuma interferir nos preços de mercado por permitir a entrada de animais num período em que a oferta normalmente é mais reduzida.
A decisão de confinar animais depende em grande parte da relação entre os preços futuros da arroba bovina e da perspectiva de custos de produção.
Se a relação for favorável, com preços cobrindo custos e garantindo algum retorno, o pecuarista pode optar por confinar mais animais e garantir mais ganhos na chamada entressafra.
Neste ano, apesar da expectativa de aumento dos preços do milho, principal ingrediente da ração, a forte demanda por carne bovina --tanto interna como externapuxa uma alta da commodity bem superior ao custo com o insumo.
Além disso, uma seca severa em parte de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul, afetou a recuperação das pastagens e, consequentemente, a oferta de animais prontos para abate.
Neste cenário, o indicador Esalq/BM&FBovespa do boi gordo, base Estado de São Paulo, vem batendo recordes nominais seguidos, neste cenário de consumo firme e oferta limitada.
O acompanhamento da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon) indica que o preço do milho está 7,7 por cento mais alto em relação ao ano passado (base quarta-feira), contra um incremento de 24,5 por cento no valor da arroba no mesmo período.
O contrato outubro na BM&FBovespa, tido como referência para o pecuarista que quer confinar, indica 125 reais a arroba.
"Já vemos uma valorização do milho, mas o preço do boi gordo está interessante, puxa a rentabilidade para cima", disse o gerente executivo da Assocon, Bruno Andrade.
O gerente da Assocon trabalha com um incremento possível de 8 a 10 por cento no número de animais confinados em 2014. No ano passado, o membros da Assocon confinaram 747 mil cabeças de gado.
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