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Cafeicultor aposta no Fairtrade

Cafeicultor aposta no Fairtrade

Por: DO PORTAL DO AGRONEGÓCIO
Publicado em 27 de Novembro de 2014 , 08h11 - Atualizado 27 de Novembro de 2014 as 08h11



Os cafeicultores mineiros que investiram na conquista do certificado Fairtrade (comércio justo) estão obtendo resultados positivos. Através da certificação, que é valorizada no mercado internacional, os produtores registraram ganhos em preços do café e nas condições de investir em capacitação e em formas de melhorar a produção, como na mecanização e assistência técnica.

 

A certificação Fairtrade é bem difundida nos países da Europa e América do Norte. O certificado agrega grande valor ao café cujo preço valoriza de acordo com a qualidade da produção. Os produtores mineiros, que já comercializam o grão com o selo, chegam a ganhar até R$ 80 a mais por saca negociada, o que remunera e permite o investimento constante na melhoria do grão.

 

Toda produção certificada é vendida pelo preço mínimo de US$ 1,35 por libra peso e um prêmio de 20 centavos de dólar por libra peso. O valor do prêmio é repassado às cooperativas que têm que investir 25% em processos que melhorem a produção e o restante, 75%, definido em assembleia. Esse valor, geralmente, é destinado à compra de máquinas de equipamentos de uso coletivo, cursos, palestras e melhorias estruturais.

 

O estabelecimento de um valor mínimo tem como objetivo renumerar as cooperativas de pequenos produtores no mercado internacional, contribuindo para o desenvolvendo das comunidades rurais. Somente agricultores familiares podem obter o certificado.

 

"O Fairtrade é uma certificação que visa o comércio justo. É um movimento mundial para equilibrar as relações econômicas entre produtores e compradores. O consumidor entende e paga por um produto que tem uma história de comércio justo e respeita os pilares que são o desenvolvimento social, econômico e ambiental. O selo é concedido a associações e cooperativas que tem pequenos produtores organizados e, com isso, conseguem ter mais poder de decisão na hora de comercializar o produto", disse o coordenador de Gestão de Recursos da Coordinadora Latinoamericana y del Caribe de Peque¤os Productores de Comercio Justo (Clac), Marco Cosciene.

 

Certificadas - De acordo presidente da Associação das Organizações de Produtores Fairtrade do Brasil (BRFair), André Luiz Reis, no país, 44 organizações de café, mel, castanha e laranja já foram certificadas, envolvendo cerca de 10 mil famílias.

 

"O café ainda tem uma representatividade pequena, para se ter ideia, em 2013 foram exportadas apenas 200 mil sacas com selo Fairtrade de uma produção de 1 milhão de sacas produzidas pelas organizações já certificadas. Se for olhar em relação à produção nacional, o volume representa cerca de 2% do volume colhido. A aceitação do produto no mercado internacional é muito positiva, principalmente, pela qualidade e o consumidor está disposto a pagar pelo diferencial. Com isso, a tendência é que o número de entidades certificadas cresça ao longo dos próximos anos", disse Reis.

 

Maiores investimentos na qualidade do grão

 

De acordo com o diretor-presidente da Associação dos Produtores de Cafés Especiais do Sul de Minas (Aprocem), entidade que conquistou o selo Fairtrade, Leonardo Carvalho, o estabelecimento de um preço mínimo e do prêmio permite que o produtor planeje os investimentos na qualidade do café.

 

"Investir no Fairtrade foi positivo. Além de vender o café com um preço mínimo estipulado, o que dá segurança para investir, a cooperativa ainda conta com um prêmio que é usado para melhorar a qualidade do café e também na aquisição de produtos definidos em assembleia pelos associados. A demanda pelo grão que tem o Fairtrade também é crescente e, por isso, muitas vezes, conseguimos agregar nas sacas valores em torno de R$ 80, dependendo da qualidade do café a ser exportado", disse.

 

Segundo o presidente da Associação dos Pequenos Produtores do Cerrado (Appcer), Carlos Walter Behrend, os produtores organizados em cooperativas e certificados conseguem vender o café eliminando os atravessadores, o que amplia os ganhos.

 

"Através da certificação Fairtrade, o produtor passa a ter maior poder de negociar a safra, podendo estipular os preços. Estamos acessando um mercado antes não alcançado, eliminando os intermediários. Conseguimos vender direto para países que pagam preços diferenciados pela certificação, como os estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Bélgica, Austrália e Inglaterra. A agregação de valor na cooperativa gira em torno de 10% do valor de mercado", disse Behrend.

 

Para a cafeicultora de Boa Esperança, no Sul de Minas, Eliana Vilela, o ingresso na Cooperativa de Café Especial de Boa Esperança (Asscostas) e a conquista do selo Fairtrade foi fundamental para que ela voltasse a investir no café. A produtora, que mantinha um comércio no município, apostou na produção de café e hoje se dedica, integramente, ao cultivo do grão.

 

"Com a agregação do valor proporcionado pelo Fairtrade, conseguimos ampliar para 11 hectares e aumentamos em 100% o volume anual, que é de 320 sacas de 60 quilos. O café passou a ser nossa principal renda", explicou Eliana.

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