Brasileiro não sente o alívio nos preços
Brasileiro não sente o alívio nos preços
O tomate, o grande vilão desde o ano passado, foi o único item citado pelas pessoas que faziam compras em um supermercado no Setor de Autarquias como produto que deu trégua em junho. " Para falar a verdade, só notei o tomate diminuir o preço. O resto subiu tudo. É o efeito Copa", constata a dona de casa Auxiliadora Nery.
O motorista Fabio Ramos afirma que tem as contas da casa registradas na ponta do lápis. De 15 em 15 dias, ele vai ao mercado e segue uma lista fixa de produtos. Ele guarda todas as notas fiscais para comparar os preços e a quantidade exata de alimento que foi consumida. A mulher de Ramos, segundo conta, costuma fazer pesquisa nos seis supermercados da região onde moram em Taguatinga Norte, antes das compras. Ramos tem dois filhos, de 10 e 3 anos, e as frutas são o item que mais pesa na hora do supermercado. Ele reclama que "só a maçã aumentou três vezes em dois meses: de R$ 3,20 passou a custar R$ 3,90."
O arquiteto Mayro Ipojucan concorda com Ramos, "o aumento de preços é constante". Segundo Ipojucan, a conta do supermercado sobe, pelo menos, de 8% a 10% todo mês. "Só sei que o meu bolso está ficando cada vez mais vazio. Gostaria de encontrar com a Dilma fazendo compras. Queria perguntar se ela realmente acha que as coisas estão mais baratas", desafiou o arquiteto.
Viagens
Mas se o IPCA resgistrou alívio na alta de alimentos, setores como os de viagens mantiveram a tendência de alta. Com a Copa, as tarifas aéreas ficaram, em média, 21,95% mais caras. A comerciante Carolina Cruz Mackliff sentiu na pele. Ela conta que precisou comprar uma passagem de avião para ir, no fim do mês, à Guaiaquil, no Equador, devido a uma urgência médica na família, e que o preço triplicou em relação a 2010. De acordo com Carolina, há quatro anos, com o dólar ao redor de R$ 1,50, gastou cerca de R$ 1 mil, e, agora, teve que desembolsar mais de R$ 3 mil.
Para o servidor público Ismael Santana dos Santos, a situação no Brasil está saindo do controle. A passagem que todos os anos ele comprava para visitar parentes no Piauí, há três anos só aumenta. Revoltado diz que "é só exploração: supermercado, restaurante, transporte. Tudo sobe de preço".
MAIS NOTÍCIAS