Audiência pública no Pará discute portos para escoar safra de Mato Grosso
Audiência pública no Pará discute portos para escoar safra de Mato Grosso
O projeto da Estação de Transbordo de Carga (ETC) da Companhia Norte de Navegação e Portos (Cian Port) - uma joint-venture da Fiagril (empresa de Lucas do Rio Verde) e a Agrosoja (Sorriso) - será o principal tema de audiência pública a ser realizada hoje no município de Itaituta, Pará, com participação da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), Ministério Público Federal e Estadual, autoridades federais, estaduais, municipais, representantes de entidades públicas e privadas, instituições governamentais e não governamentais e a população em geral.
Essa será a terceira audiência pública para discutir os projetos portuários em Miritituba, distrito de Itaituba, onde empresas como Bung, Cargill (de bandeira norte-americana), Hidrovias Brasileiras, Cian Port (Operadoras de Logística nacionais), entre outras, pretendem instalar estruturas de transbordo.
O propósito é escoar mais de 20 milhões de toneladas de grãos das regiões do Médio Norte e Norte de Mato Grosso.
Inicialmente, as empresas com projetos em estudo ou em fase de implantação devem investir R$ 3 bilhões, segundo apurou a reportagem do Agro Olhar.
Os empreendimentos irão viabilizar o transporte de cargas e grãos de Mato Grosso pela hidrovia Tapajós-Amazonas até os terminais portuários de Santana, no Amapá, estabelecendo uma rota alternativa de exportação pelo oceano Atlântico.
Hoje, a produção de grãos mato-grossense (mais de 70%) é exportada pelos portos de Santos (SP), Paranaguá (PR), São Francisco (SC) e até mesmo de Rio Grande (RS).
Para chegar nestes portos, os caminhões demoram entre quatro e sete dias.
Estudos preliminares das tradings indicam que o escoamento da safra pelos portos privados a serem instalados em Miritituba pode resultar em uma economia no frete de até 15% e superior a este percentual nas aquisições de insumos importados pelos produtores de Mato Grosso.
Todavia, mais importante do que a simples economia é a abertura de um novo corredor logístico.
E para tirar do papel os projetos, as quatro empresas da Associação dos Terminais Privados do Rio Tapajós (Atap), também integrada pelas empresas Brick Logística, Chibatão Navegações, Reicon e Unirios, vão investir R$ 600 milhões em Miritituba, além de R$ 1,5 bilhão na construção de comboios de barcaças.
Sobre a audiência
A audiência serviará para informar a comunidade sobre o projeto, esclarecer as autoridades competentes dos respectivos impactos ambientais e possibilitar a discussão e o debate para que a Sema possa obter subsídios que auxiliem na análise do licenciamento ambiental.
O Relatório de Impacto Ambiental (Rima), que será objeto de análise da equipe técnica da Sema, encontra-se na biblioteca da Sema, na Travessa Lomas Valentinas, 2717, Marco.
A audiência será realizada no ginásio Poliesportivo da Escola Municipal de Ensino Fundamental Integração Nacional, na terça-feira, 5, às 16h.
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