NOTÍCIA | Boi Magro

Alto custo do boi magro é entrave para confinamento

Alto custo do boi magro é entrave para confinamento

Por: DCI
Publicado em 21 de Maio de 2014 , 11h34 - Atualizado 21 de Maio de 2014 as 11h34


Aliado a isso, as negociações da arroba no mercado futuro - para outubro - não estão das mais atrativas quando comparadas a estes custos ao produtor. Pesquisas apontam avanço entre 8% e 13% nas intenções de confinar, mas bovinocultores já pretendem optar por deixar grande parte dos animais no campo, em vista deste cenário.

 

É o caso de um dos principais produtores da região de Campo Verde, no Mato Grosso, Hélio Gabriel. "Em 2013 confinei cerca de 40 mil animais. Neste ano mudamos a estratégia porque o preço da ração está muito alto, devemos confinar menos que 50% disso, o que é muito pouco, sendo que tenho mais de 100 mil bois em minha propriedade", conta.

 

A zootecnista e assistente técnica da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), Juliane Gomes, afirma que a aquisição de animais para reposição está cara e o preço do boi gordo no mercado futuro está caro se comparado ao custo do bovino magro.

 

"O mercado diz que o milho vai baixar mas ainda não chegou a um valor significativo para o pecuarista. Mesmo assim, não adianta ter ração se não tiver animal para confinar", enfatiza a assistente técnica.

 

Segundo o analista da Scot Consultoria, Antonio Guimarães de Oliveira, o preço do boi magro aumentou cerca de 12% e está negociado em torno de R$ 1.520,00 por animal.

 

"Só este custo representa entre 50% e 60% na decisão do produtor entre confinar ou não. Estes preços se referem a São Paulo, mas a média nacional não é muito diferente. Logo que os contratos futuros para outubro foram lançados, as negociações chegaram a trabalhar com R$ 129 por arroba. Agora, este valor já caiu para até R$ 122 por arroba", destaca Oliveira.

 

Um primeiro levantamento da associação, realizado em abril, indica aumento de 13% nas intenções de confinamento este ano. Juliane lembra que entre os meses de julho e agosto será feita uma nova análise para obtenção de valores mais condizentes com a realidade do produtor.

 

O diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Fernando Sampaio, disse ao DCI que em 2013 foram confinados cerca de 4 milhões de bovinos. Para este ano, a expectativa é que este número chegue a 4,35 milhões, uma alta de 8,75%.

 

Incentivo

 

O Plano Agrícola e Pecuário para a safra 2014/2015, divulgado na última segunda-feira (19) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), lançou uma medida de incentivo a este mercado.

 

Agora os criadores poderão financiar a aquisição de animais para engorda em regime de confinamento; a retenção de matrizes (com até três anos para pagamento) e a aquisição de matrizes e reprodutores (limite de R$ 1 milhão por beneficiário com até cinco anos para pagamento, sendo dois de carência), com o intuito de aumentar a oferta de carne.

 

"É muito importante investir hoje. Vemos isso nos Estados Unidos, que investiram e agora têm um dos maiores rebanhos dos últimos tempos", destaca Sampaio.

 

Para o diretor, a questão das matrizes é mais um entrave do mercado. Este foi um dos motivos que levaram à redução na oferta e, consequentemente, elevação nos preços do mercado à vista. "Um financiamento nesta parte será sentido na oferta, aproximadamente, daqui a dois anos", diz.

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