De acordo com a posição que vem defendendo há muito tempo, a ABRAFRIGO não se posiciona contrária a concessão de financiamento para os grandes grupos frigoríficos, até porque entende que o país necessita ser um grande player no mercado internacional de proteínas animais.

O que a ABRAFRIGO defende é que esta política de ajuda as grandes empresas precisa necessariamente estar vinculada a um contexto mais amplo e abrangente que envolva a cadeia produtiva como um todo. Ajudar apenas alguns e esquecer dos demais frigoríficos de pequeno e médio porte somente contribui para distorcer ainda mais as complexas relações existentes no interior desta cadeia, penalizando uma grande maioria que já se encontra marginalizada pela política adotada pelo BNDES.

É preciso que o BNDES e a CEF,e principalmente o Governo Federal,  entendam definitivamente que a parcialidade prejudica o maior segmento do agronegócio brasileiro e todos os elos que o compõem, desde produtores, indústrias, entrepostos comerciais, varejistas, fornecedores de máquinas, equipamentos e insumos. Fragilizar a expressiva maioria é o caminho mais adequado para a derrocada da cadeia da pecuária de corte brasileira. Se querem  ajudar o setor, que o façam,  mas de forma ampla, começando por incentivar o produtor rural na inovação tecnológica, na retenção de matrizes, na busca de critérios mais amplos de eficiência e produtividade, e não reduzindo o universo de empresas para as quais ele vende o seu gado.