NOTÍCIA | Agronegócio

A morte de pastagens mudou o cenário da pecuária em Mato Grosso

A morte de pastagens mudou o cenário da pecuária em Mato Grosso

Por: Rosana Vargas, assessoria ACRIMAT
Publicado em 20 de Janeiro de 2012 , 05h23 - Atualizado 20 de Janeiro de 2012 as 05h23


Cuiab (MT), 18 de janeiro de 2012 Os produtores do maior rebanho bovino do Brasil, com mais de 29 milhes de cabeas, trabalharam em 2011 com 8,7% da rea de pastagem totalmente comprometida com seca iniciada em 2010. Dos 26 milhes de hectares de pastagens, 2,2 milhes morreram com a seca. Esse cenrio desencadeou uma srie de mudanas no setor. Com a falta de pasto o pecuarista teve que buscar alternativas para engordar o gado e encontrou sadas no confinamento, suplementao alimentar e no semiconfinamento, sendo este ltimo, o grande negcio de 2011, analisou o superintendente da Acrimat - Associao dos Criadores de Mato Grosso, Luciano Vacari (foto).

Esse cenrio ocorrido em 2011 pode ser constatado na comparao do preo da arroba do boi gordo nos ltimo 9 anos, quando historicamente os preos da arroba no ms de outubro (entressafra) sempre foi superior ao de maio (safra), uma sequencia quebrada em 2011, quando outubro foi 0,6% menor que maio, por conta de uma maior oferta de boi gordo vindos de confinamento e semiconfinamento. O levantamento demonstra que em 2003 o preo da arroba em outubro foi 18,1% superior a de maio, em 2006 foi registrada a maior diferena com 23,1%, e em 2010 foi de 18,4% segundo levantamento do Imea Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuria.

 Abatemos mais boi na entressafra do que na safra em 2011, o que comprova que essa uma tendncia de mercado e que o produtor est investindo em confinamento e semiconfinamento e isso tornou o ano de 2011 muito estvel, explicou Vacari. O crescimento de animais confinados em Mato Grosso em 2011 foi de 29% com relao a 2010 e a evoluo do rebanho confinado nos ltimos seis anos chegou a 548%. Comparando o preo da arroba do boi gordo entre 2010 e 2011 a variao foi de 15,3%.

Em 2011 o pecuarista mostrou que esta produzindo mais em menos. O abate de bovinos at 24 meses cresceu 40%, consequncia de investimento em tecnologia por parte dos produtores. O abate de animais de 24 a 36 meses cresceu 7,74% e acima de 36 meses 13,15%. De janeiro a novembro de 2011 foram abatidas 4,4 milhes de cabeas, um acrscimo de 11,53% em relao ao mesmo perodo de 2010. Enquanto isso, apenas 52,68% da capacidade industrial instalada em Mato Grosso foi utilizada. Das 42 plantas SIF registradas no estado, 15 esto paradas em decorrncia dos processos de recuperao judiciais iniciados em 2008. O retorno de abate dos frigorficos fechados uma necessidade eminente para Mato Grosso e sem dvida esse ser um dos grandes desafios do setor, ponderou o superintendente.

As exportaes da carne bovina mato-grossense, segundo dados da Secex, caram 11,2% em 2011 em comparao a 2010, mas em contrapartida a receita com a venda do produto no mercado internacional apresentou um aumento de 16%, impulsionada pela alta do preo da carne exportada e do dlar. O volume exportado foi de 195,2 mil toneladas equivalncia carcaa em 2011 com uma receita de US$ 790,5 milhes. O embargo da Rssia contra a carne brasileira impactou nos nmeros de Mato Grosso. As exportaes para esse pais representavam 26% da carne exportada por Mato Grosso em 2010 e no ano passado os russos compraram apenas 14% da carne mato-grossense at junho, quando o embargo comeou. Em compensao, a Venezuela que representava 7% de nossas exportaes em 2010 subiu para 18% no ano passado. Esse um problema que j passou da hora de o governo brasileiro resolver, pois a Rssia um mercado importante no s para Mato Grosso, mas para o pas, salientou Luciano Vacari.

Em 2011 mais um recorde foi batido. A diferena entre o preo da arroba do boi gordo e da carne bovina do varejo (supermercado) foi a maior registrada desde 2005, quando o levantamento comeou a ser feito. Nos ltimos seis anos o preo mdio pago pela arroba do boi gordo no Estado de Mato Grosso acumulou uma valorizao de 79,19% e no varejo o preo da carne vendida ao consumidor final teve um aumento de 186,75%. Isso fez com que o diferencial entre os dois elos passasse de 53% em dezembro de 2010 para 108% em dezembro 2011.   

Para a Acrimat, o produtor e o consumidor so os grandes prejudicados nessa ciranda da cadeia produtiva da carne, j que o pecuarista tem a sua margem bem menor que o varejo e o consumidor paga um preo bem maior que deveria se os supermercados no buscassem uma margem de lucro to grande. Os supermercados apostam na fidelidade do consumidor na compra da carne e para mudar essa realidade o consumidor tem que adquirir o produto em locais que vendem mais barato para provocar queda nos preos, disse Vacari.
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JUARA MATO GROSSO



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